Guia prático para criar um currículo (CV) de sucesso

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Escrito por

Marina Pinho

Communication Manager

Ter um bom currículo (CV) sempre foi uma mais valia para quem se pretende destacar no mercado de trabalho, qualquer que seja a área. Mas os dias em que apenas interessava a experiência profissional numa vertente técnica já lá vão. Agora, é preciso saber apresentar a informação de forma apelativa e estratégica para que te consigas destacar dos restantes profissionais e aumentares as tuas chances de seres chamado a entrevista e contratado para o projeto que procuras. 

Neste artigo, exploraremos as melhores práticas para criar um currículo que chame a atenção dos recrutadores e transmita as tuas capacidades e experiências de forma eficaz.  

Elementos essenciais para um currículo com destaque

Antes de começares a fazer o teu currículo, deves pensar quais são elementos que queres inserir e abordar. Existem alguns temas que deves sempre incluir e posicionar de forma estratégica pela sua maior relevância (como as tuas skills técnicas, experiência profissional, etc). 

Informações pessoais:

Na parte inicial do CV deves logo colocar os teus dados pessoais mais relevantes, como o nome completo, cidade onde pretendes trabalhar, número de telefone e email para contacto.

Deves certificar-te de que estas informações estão atualizadas e não têm erros. No entanto, deves evitar colocar informação demasiado detalhada, como a morada completa (não é necessário saber em que prédio moras ou o teu número de porta), religião, número de identificação, entre outras.

Formação académica:

Caso ainda estejas a estudar ou a terminar o ciclo de estudos e ainda não tenhas experiência profissional relevante para a vaga a que te estás a candidatar, deves optar por destacar a tua formação primeiro.

Começa por salientar o grau que possuis do mais recente para o mais antigo. O mais recente, por norma, é sempre o mais relevante e assim o recrutador tem uma percepção mais imediata sobre os teus conhecimentos atuais. Inclui o nome da instituição de ensino, o curso, a data de início e de conclusão (se não tiveres terminado podes escrever “presente” ou então incluir a data prevista de conclusão).

Podes ainda referir a tua média e um pequeno resumo sobre aquilo que tens aprendido durante o curso. Se o curso tiver um foco especial nalguma área técnica específica, podes escrever um pequeno enquadramento sobre a mesma. Podes ainda abordar as hard skills que aprendeste, como certas linguagens de programação, plataformas ou outras ferramentas que consideres importantes.

É aqui que os recém licenciados devem apostar quando fizerem o seu CV. Devem salientar bem aquilo que aprenderam durante o curso, listando projetos que tenham realizado ou competições em que tenham participado. 

Experiência Profissional:

Se já tiveres uma experiência profissional relevante, deves optar por destacar primeiro esta secção em vez da formação académica.

Aqui deves apresentar as tuas experiências sempre organizadas da mais recente para a mais antiga e com a data de início e de fim em cada uma delas.

Deves escrever ainda o nome das empresas, a tua função e um pequeno resumo sobre as tuas responsabilidades e tarefas nas mesmas. Inclui ainda as ferramentas que utilizaste em cada uma delas.

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Skills técnicas:

Esta informação por norma fica bem na lateral do CV, pois é algo mais visual. Deves criar uma lista com as skills técnicas que possuis relevantes para a tua área (ex: linguagens de programação, bases de dados, ferramentas de gestão, sistemas operativos, ferramentas de trabalho, etc).

Sê claro, objetivo e organiza a lista pelo nível de conhecimento que tens com cada skill.

Podes ainda incluir os teus conhecimentos em línguas estrangeiras nesta secção, indicando o nível que possuis para cada idioma com base no quadro europeu comum de referência.

Soft skills e hobbies:

Estes são uma boa forma de te dares a conhecer a um nível mais pessoal e criares empatia com o recrutador. Não tenhas medo de incluir uma pequena lista de hobbies que tens e dos teus pontos fortes em termos comportamentais. São cada vez mais valorizados no mercado de trabalho e diferenciadores!

Depois de incluires todas estas informações, não te esqueças de validar se escreveste tudo bem e sem erros ortográficos. Pede a um amigo para ler, por exemplo. Ele terá uma perspectiva mais “fresca” e pode dar-te sugestões interessantes. 

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As melhores práticas de formatação e layout

Para além da estrutura do CV, a sua parte estética também é importante e fará a diferença no impacto que o teu currículo terá no meio de tantos outros. Mas também não deves exagerar.

Um CV demasiado “diferente” pode também não ser a melhor opção se estiveres a concorrer a uma posição numa empresa mais conservadora, por exemplo. O estilo que escolhes para o CV também não o deve tornar difícil de ler ou de encontrar a informação que descrevemos acima.

Deixamos-te aqui algumas sugestões práticas: 

  1. Escolhe uma fonte profissional e legível: Por vezes menos é mais. Experimenta uma  fonte mais simples como a Arial, Calibri ou Times New Roman com o tamanho 10 ou 12. Evita usar fontes que sejam especialmente difíceis de ler. 

  2. Usa um espaçamento adequado: Tem sempre o teu leitor em mente. Por norma, quem vai analisar o teu currículo lê vários CVs seguidos, por isso tenta ao máximo facilitar a leitura do teu. Usa um espaçamento que permita as frases “respirarem”. Insere espaço entre as seções e parágrafos para criares um layout organizado. 

  3. Destaca as informações importantes: Como vimos, existe um conjunto de informação relevante que deves colocar bem organizada. Mas dentro desta informação, podes ainda destacar alguns detalhes que queres que os recrutadores vejam. Por exemplo, na secção da experiência profissional, podes incluir uma pequena lista das tecnologias que usaste numa determinada função e destacar usando o “negrito” (“bold”). Assim vais guiar a leitura do teu público alvo. 

  4. Usa uma estrutura clara e concisa: Deves ainda separar as diferentes partes do teu CV para que este tenha uma aparência organizada. Delimita bem as secções dos “Dados Pessoais”, “Formação Académica”, “Experiência Profissional”, etc. Não te esqueças de organizar sempre a informação cronologicamente, da data mais recente para a mais antiga.

Se seguires estas dicas, terás certamente um currículo visualmente atraente, fácil de ler e organizado, passando uma boa primeira impressão para quem o analisa. Não te esqueças de adaptar estas estratégias às especificidades do sector a que te estás a candidatar e ao tipo de cultura da empresa.

Se te estás a candidatar a uma função mais criativa dentro de uma empresa mais “jovem” e dinâmica, poderás dar aso à tua imaginação e mostrar algumas das tuas capacidades através do teu CV. No entanto, se estiveres a concorrer a uma vaga mais “corporativa” e formal, deverás ter alguns cuidados adicionais. 

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Utiliza estrategicamente as palavras-chave 

As palavras-chave desempenham um papel muito importante para quem quer ter um currículo chamativo e com destaque. Estas referem-se a termos, frases ou palavras específicas relacionadas com o sector ou cargo desejado. No Linkedin, por exemplo, são uma das formas através das quais os recrutadores fazem as suas pesquisas por perfis. Também muitos dos softwares de análise curricular automáticos que as empresas usam, recorrem ao rastreamento de palavras chave, por isso é importante fazer um bom uso delas.  Assim, deves: 

  1. Definir e destacar as palavras-chave mais relevantes: Coloca-te no papel do recrutador. Para a vaga a que te candidatas, se fosses tu o recrutador, que ferramentas, skills, certificações e tecnologias gostarias de ver no currículo da pessoa ideal? Pensando assim, analisa a tua própria experiência e dá destaque aos teus pontos fortes. Se a vaga pede experiência com Figma, por exemplo, e tu até já usaste numa das tuas experiências profissionais, coloca essa ferramenta a bold e evidencia o teu contacto com a ferramenta. 

  2. Incluí-las de forma estratégica: Mas somente identificar e escrever as competências que possuis e que fazem match com a vaga em questão, não é suficiente. Tens de as colocar num local de fácil leitura no CV. Experimenta escrever um pequeno texto introdutório sobre ti e colocar aí os teus pontos fortes.

  3. Personalizar: Cada vaga tem a sua especificidade, por isso deves sempre adaptar as palavras-chave (e o teu próprio CV) à posição a que te candidatas. Lê com calma o anúncio e identifica aquelas competências que te parecem mais relevantes e personaliza o teu currículo de acordo com as mesmas. 

E pronto, se chegaste até aqui e seguiste as nossas dicas, temos a certeza de que o teu currículo se irá destacar positivamente! Se já te sentes pronto para testar o teu currículo, experimenta ver as nossas oportunidades e enviar-nos o teu CV para analisarmos. 

Se ainda sentes que precisas de mais alguma ajuda, dá uma espreitadela nalguns dos episódios do nosso podcast (De Candidato a Contrato) onde falamos com mais detalhe sobre o que não deves incluir no CV, como o deves estruturar e algumas dicas extra para o tornares ainda mais atrativo